Desafio Detox 4: Abandonar velhos hábitos

Há coisas que fazemos automaticamente achando que são certas, porém, quando raciocinamos a respeito vemos que não fazem o menor sentido. Que tal aproveitar o último dia do ano para mudar alguns hábitos?

O texto de hoje é um pouco maior do que o normal, mas já serve para você abandonar o hábito de só ler quando o post é pequeno! Rs…rs…

Nosso Provérbio do dia é o 21:13, que diz:

“Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não terá resposta.”

Há cerca de 1 km da minha casa há um viaduto sob o qual vive uma família de 4 pessoas: pai, mãe e duas crianças. No dia 25 de dezembro passei por lá e vi que estava repleto de comida. Havia uma quantidade enorme de panetones, frango assado, carnes diversas, frutas, pães e refrigerante aos montes. Os dois lados da calçada estavam lotados e acho que nunca vi tanta comida junta na vida. Mas sabe onde estavam as crianças? Pedindo esmola nos carros, como sempre. E sabe onde estavam os pais? Deitados num sofá, como sempre. Ou seja, nada mudou…

Creio que as muitas pessoas que fizeram essas doações, fizeram por hábito, sem raciocinar a respeito. Era noite de Natal, então o certo é fazer caridade e doar comida aos necessitados. Será mesmo? E será que os necessitados só se alimentam no Natal?

Diante da enorme quantidade de alimentos mal armazenados, só posso pensar que boa parte vai estragar e ser descartada (ou consumida impropriamente) e, quando isso acontecer, de que adiantou ter fartura por uma semana e depois passar o resto do ano na miséria? Será que esse tipo de atitude realmente ajuda? Mas então, o que fazer?

Eu creio que, antes de mais nada, precisamos abandonar o velho hábito de “ajudar” apenas para “nos livrar” do peso na consciência. As pessoas fazem isso mais por si mesmas – para terem a sensação de dever cumprido – do que propriamente para ajudar o próximo.

Se queremos de fato fazer a diferença na vida das pessoas – não só nesta época do ano – precisamos pensar em como fazer isso efetivamente. O que eu faço é apoiar projetos que tenham propostas claras e trabalhem de fato para mudar vidas.

Um desses projetos chama-se Anjos da Noite, que consiste em um grupo de voluntários que visitam semanalmente moradores de rua. O grupo existe em várias cidades brasileiras e até em outros países, levando mais do que uma refeição semanal.

Bárbara Bernabó (de verde) é a responsável pelo trabalho dos Anjos da Noite na região da Vila Mariana, zona Sul de São Paulo. Ela e e o marido Juan são proprietários de uma empresa que auxilia empreendedores a iniciarem seus negócios, e resolveram estender essa ajuda mesmo àqueles que não podem dar nada em troca. Toda a família é voluntária no projeto, definido por Bárbara da seguinte forma:

“Nossa missão é levar amor na prática. Levamos comida sim, mas ela é só um ponto de contato para darmos muito mais. Nós os ouvimos, oferecemos nossa atenção e os ajudamos naquilo que mais precisam, dando uma palavra de fé e esperança, pois sabemos que uma palavra pode mudar uma história.”

Para mim é muito mais efetivo auxiliar um grupo que trabalha o ano todo levando não só comida, mas lutando para inserir essas pessoas novamente na sociedade, do que simplesmente doar mais um panetone numa época em que os necessitados já ganham outros 10…

Desafio da Atitude

Busque alguma instituição séria para dar sua contribuição à sociedade ou pesquise se na sua cidade existe o trabalho dos Anjos da Noite. Para facilitar, siga este link. Se você doar um quilo de alimento por mês, creio que não lhe fará falta e já estará ajudando muito. Se for de São Paulo e quiser ajudar na Vila Mariana é só levar alimentos (perecíveis ou não), todos os domingos na Rua Domingos de Moraes, 2051, em qualquer horário entre 7h e 20h. Abaixo seguem algumas fotos do trabalho.

Sandra Silva (esquerda) e Bárbara (direita) com dois moradores de rua

Bárbara (de laranja) , Vania (de azul) e Iria, as “três mosqueteiras das panelas”

Felipe Castro, empresário e voluntário do Anjos da Noite

Mesmo na chuva os Anjos estão sempre a postos

Grupo preparado para sair às ruas

Bruno, filho da Bárbara, ajuda nos trabalhos

Desafio da Saúde

Só para lembrar, no Desafio 1 passamos a beber mais água, no Desafio 2 diminuímos o sal e no Desafio 3 diminuímos o açúcar. O desafio de hoje é diminuir as quantidades.

Você sabia que os aparelhos de jantar antigos tinham pratos muito menores que os modernos? Com o passar dos anos comer bem virou sinônimo de comer muito, mas o conceito não poderia estar mais errado. Adquirimos o hábito de encher o prato e o copo, sem perceber que eles aumentaram muito de uns anos para cá. Já reparou no tamanho dos pratos de restaurantes por quilo? Eles fazem de tudo para que você pegue mais do que realmente necessita.

Analise a quantidade dos alimentos que você ingere e repense se não está exagerando, ainda mais nesta época do ano. O lema é comer para viver e não viver para comer!

Para terminar, não poderia deixar de agradecer a você por ter chegado até aqui comigo. Mesmo que você esteja lendo este blog pela primeira vez, agradeço por ter chegado ao final do texto, bem como a você que está comigo desde o comecinho, durante esses dois anos e meio que iniciamos este projeto.

Quantos depoimentos positivos, quantas pessoas pagando suas dívidas, saindo do vermelho, conquistando o que querem e passando os conceitos da boa gestão financeira adiante. Cada vez que você doa um dos meus livros, compartilha um post ou divulga o Bolsa Blindada nas suas redes está ajudando a levar educação financeira em um país onde pouco se fala sobre isso.

Muito obrigada! E que o ano de 2016 seja realmente o ano da virada! 😀

Nos vemos!
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