A estupidez humana e suas consequências

Uma vida por uma “selfie”. Levar vantagem em tudo. Parecer quem não é para impressionar pessoas de quem nem gosta. Quais serão as consequências de tanta estupidez?

Para começar, esta é a definição da palavra estupidez, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:

“Qualidade, característica do que é estúpido; palavra, ação, procedimento de pessoa estúpida, sem discernimento ou senso; asneira; grande indelicadeza e incivilidade; grosseria, descortesia; ausência de sensibilidade.”

Ou, traduzindo estupidez em imagens, poderiam ser estas dos turistas que “brincaram” de selfie com um golfinho e depois o descartaram morto na areia de uma praia na Argentina. Sim, isso aconteceu na Argentina e não em uma praia brasileira como alguns comentaram – já aproveitando para xingar os brasileiros que supostamente teriam sido os autores da estupidez.

Mas esta é só a ponta do iceberg do quesito estupidez humana e eu creio que a raiz de todo o problema é deixar de ser humano para ser animal irracional.

Animal irracional é aquele que não tem o poder do raciocínio, ou seja, que não pensa. Mas o ser humano, única espécie dotada de raciocínio, está abandonando a capacidade de pensar, de analisar racionalmente, de agir com civilidade e respeito ao próximo.

Outro dia a diretora de uma escola particular me disse com toda indignação que era um absurdo uma escola adventista usar a Bíblia em sala de aula, uma vez que o Estado é laico. Sim, amiga, o Estado é laico, mas desde quando a Bíblia é um livro proibido? Se podemos usar Guimarães Rosa, Machado de Assis e o Código de Defesa do Consumidor, por que não poderíamos usar a Bíblia? Por ser um livro cheio de lendas na sua opinião? Então quer dizer que Machado de Assis agora é não-ficção? Pense, por favor! Além do mais, a escola é ADVENTISTA, pelo amor de Deus! Ou será que eu não posso citar Deus por ter quem não creia nEle?

E falando em crer em Deus, o que dizer de alguns evangélicos que estão espalhando pela internet links piratas do filme Quarto de Guerra? Pense! Pirataria é crime. Não é porque o filme tem um tom espiritual que a pirataria está liberada. Por que pagam para ir ao cinema assistir filmes seculares, mas baixam o filme evangélico pirata para não ter que pagar?

Será que essas pessoas acham que a produtora, os atores e os distribuidores do filme trabalharam voluntariamente? Por que os atores de filmes seculares podem ganhar milhões de dólares, mas os evangélicos têm que conviver com o rombo que a pirataria traz às empresas que se dispõe a fazer um filme com conotação espiritual?

Mas a estupidez, embora pareça, nunca é impune, pois ela sempre trará consequências. A consequência da estupidez com o golfinho não foi só a morte do animal, mas uma mancha horrível na imagem da Argentina diante do mundo todo. Uma vergonha imensa que todo argentino terá de aguentar por um bom tempo.

Achar que usar a Bíblia em uma escola – um livro com 5 mil anos de história – é absurdo, faz com que ela tenha que ser empregada nos presídios, anos mais tarde. Será que se as pessoas seguissem apenas o mandamento de amar o seu próximo como a si mesmos o mundo seria pior?

Os evangélicos reclamam da falta de opções de filmes, músicas e até livros espirituais. Mas por que será que poucas empresas querem investir nesse nicho? Não seria porque os próprios evangélicos têm o costume de piratear e causar prejuízos enormes a essas empresas?

Tudo que fazemos produz consequências nessa vida e, quando fazemos algo estúpido, as consequências são as piores possíveis. Por isso, pense! Se informe antes de opinar. Não entre em modinhas achando que não vai dar em nada só porque todo mundo está entrando. Enfim, não aumente a porcentagem de estúpidos no mundo, pode ter certeza que já existem muitos.

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