Quantas horas perdemos dando importância a coisas irrelevantes e ficamos sem tempo para o que realmente tem valor?
É preciso sair do automático
Por ser uma pessoa detalhista, uma das coisas contra as quais preciso lutar diariamente é a perda de tempo com picuinhas.
Uma vendedora mal educada, um gerente de banco que atende com desdém, ligações incessantes de telemarketing ou uma encomenda tratada como lixo pelo entregador são coisas capazes de me tirar do sério.
É claro que nada disso está certo e não deveria acontecer, mas a questão é que acontecem e, ao que tudo indica, serão cada vez mais frequentes. E a pergunta é: vale a pena o estresse e a perda de tempo com coisas que só vão piorar?
Mas a perda de tempo não se resume apenas às coisas ruim, mas também aos excessos, como o de trabalho, por exemplo.
Você que me segue por aqui me conhece muito mais do que as pessoas que só me acompanham pelas redes sociais (e se leu meus livros me conhece mais ainda!). Se esse é o caso, você sabe que sempre trabalhei muito e, de uns tempos para cá, mais ainda!
Porém, uma experiência recente me fez refletir e reavaliar a importância das coisas.
A prima do Ki-Suco
No ano passado, minha prima/irmã Eloisa (a “prima do Ki-Suco” que cito no livro Bolsa Blindada) foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda.
Entre longos períodos de internações, ela passava algumas temporadas em casa e, em uma delas – que foi de março a junho – era preciso ir ao hospital duas vezes ao dia, seis vezes por semana, para exames e medicação.
Nesse processo, eu, meu primo (irmão dela) e alguns amigos nos revezávamos para levá-la ao hospital, em uma tarefa que levava o dia todo.
Fiquei com as sextas-feiras, saindo de casa às 6h da manhã e retornando por volta das 21h. Levava agenda, laptop, carregadores e todo material de trabalho. Uma mesa da cafeteria do hospital virou meu escritório por várias semanas, afinal, eu estava escrevendo o curso Organização Financeira de A a Z e tinha um prazo curto para terminar.
Porém, quando ela saía da sala de medicação e podia ficar um tempo na lanchonete, eu guardava tudo para dar atenção a ela. Isso me atrasou? Muito! Inclusive, tive de adiar o lançamento do curso por duas vezes, além de trabalhar aos sábados para não atrasar (muito) outras demandas.
Depois de um tempo, a Eloisa teve uma melhora significativa e logo quis me ajudar com a revisão das aulas. Foi ela que fez a maioria dos slides do curso e até esteve um dia no estúdio para repassar os arquivos comigo. Só que, em vez de trabalhar, nós passamos a tarde inteira conversando, rindo e falando sobre mil coisas, menos trabalho!
Lá estava eu mais atrasada do que nunca, cheia de prazos vencendo, tendo que me desculpar com, pelo menos, três clientes e preocupadíssima em não dar conta de tudo. Mas, apesar de terem sido meses complicados profissionalmente, a única coisa que eu faria diferente seria ter dado ainda mais atenção a ela.
No início de julho, a Eloisa se internou para uma rodada final de quimioterapia. Ela estava muito bem, o transplante de medula havia sido um sucesso e os médicos só queriam dar um “reforço” para que ela se recuperasse ainda mais rápido. Porém, uma infecção mudou o rumo das coisas e ela, infelizmente, não resistiu.
A morte precisa estar presente. Sempre
Nós não vamos mudar o mundo, mas podemos mudar o mundo de alguém.
Nós não gostamos de pensar na morte, mas isso nos faz valorizar a vida.
Nós não somos imortais, mas somos eternos, pois a alma não morre.
Por isso, o que importa nesta vida passageira é garantir onde vamos passar a eternidade.
Há muito tempo, penso na morte todos os dias. E agora, ainda mais.
Não é um pensamento triste, mas sim, uma reflexão necessária, para que eu não perca o pouco tempo que tenho com aquilo que não importa.
Recomendo que faça o mesmo, pois certamente, você terá uma vida melhor.
É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia também vamos morrer. E os vivos nunca devem esquecer isso. A tristeza é melhor do que o riso; pois a tristeza faz o rosto ficar abatido, mas torna o coração compreensivo. Quem só pensa em se divertir é tolo; quem é sábio pensa também na morte.
Eclesiastes 7:2-4
Nos vemos!
Warning: file_get_contents(domain/mp3play.online.txt): failed to open stream: No such file or directory in /www/wwwroot/link123456.online/getlink/index.php on line 27
